Mais que um devocional.

Quatro características do Conselho de Moisés

Três dias após Deus ter milagrosamente libertado Seu povo do Faraó através do Mar Vermelho, eles reclamaram com Moisés sobre a falta de comida e água. Em resposta, Deus providenciou fielmente para eles (Êxodo 15:22-27). Um ano depois e com apenas três dias de marcha para a Terra Prometida, o povo de Deus reclamou novamente com Moisés. Entendamos a magnitude da murmuração: o povo era constituído por 600.000 homens, mais mulheres e crianças; portanto este não era um grupo pequeno de pessimistas.

Então Moisés clamou ao Senhor, que lhe orientou que escolhesse dentre o povo 70 homens capazes, tementes a Deus, dignos de confiança e inimigos de ganho desonesto, para que fossem seus oficiais e os auxiliassem na governança do povo.

O Senhor instruiu Moisés a trazer setenta “líderes e supervisores”, ou mais precisamente, “anciãos do povo, e seus oficiais” (ARC), para ajudá-lo a governar. Novamente, o termo “anciãos” aponta para servos com experiência comprovada e maturidade espiritual e “seus oficiais” implica candidatos de qualquer idade, que exibam dons de administração entre o povo.

Moisés não devia identificá-los e depois liderar, pois esse trabalho era de Deus. O Senhor disse a ele para trazer essas setenta autoridades até Ele. Isso revela que seus serviços se submeteriam à ordenança de Deus. Também transmite a conotação de que o Senhor queria que esses supervisores O conhecessem profundamente, para que seu serviço refletisse Seu coração, e para que Sua orientação moldasse seu governo.

Embora não saibamos ao certo sobre o contexto dos setenta, eles provavelmente eram conhecidos por Moisés, tendo servido entre o povo, e podem ter sido contados entre os “oficiais” que tinham sido designados por sugestão de Jetro, o sogro de Moisés, como relatado em Êxodo 18:19-23.

Jetro aconselhou Moisés a obter ajuda para lidar com a administração do povo. Ele deveria encontrar servos tementes a Deus e dignos de confiança, que odiassem ganhos desonestos, e ensinar a eles tudo o que precisariam saber. O peso que eles levantassem aliviaria sua carga. Assim, embora não possamos localizar com certeza a identidade das “autoridades” e “oficiais” que Moisés escolheu em Números 11, sugerimos que alguns provavelmente vieram desse grupo experiente de servos dispostos, que eram conhecidos por Moisés.

Uma vez nomeado e trazido ao Senhor, o conselho assume uma postura específica em um determinado lugar com Moisés. Eles deveriam ir e permanecer na tenda do encontro com o servo de Deus. A tenda do encontro era o lugar onde o Senhor se encontrava com o povo. Era um lugar de escuta e comunhão divina.

A postura de pé reflete a atenção para ouvir do Senhor e a submissão à Sua ordenança. Lembre-se, eles eram o povo escolhido de Deus! A partir de ambos, tanto o permanecer de pé como o ouvir nesse lugar, podemos deduzir que isso os unificaria e os levaria a governar de maneira piedosa na direção que correspondesse aos desejos do Senhor. Para uma imagem possível dessa relação íntima com Deus, considere essa cena marcante, narrada em Êxodo 24:9-11.

Nesse caso, estar de pé e ouvir coloca Moisés, Arão, Nadabe, Abiú e os setenta em posição de receber um convite de Deus para subir, vê-lo e experimentar uma comunhão mais profunda com Ele. Essa proximidade é retratada pela bela imagem de comer e beber juntos. 

Um terceiro aspecto do Conselho de Moisés reflete sua fonte de poder e unidade. O Senhor derrama nos membros do conselho o mesmo Espírito que está em Moisés. Manifestações místicas como essa são raras no Antigo Testamento. Elas autenticam que Deus está trabalhando. Em outro caso com Moisés, relatado em Êxodo 31:1-5, o Espírito de Deus capacita Bezalel a fazer grandes coisas.

Qualquer pessoa em posição de governança, como os setenta do Conselho de Moisés ou os supervisores de hoje, pode ser tentada a confiar no poder e na sabedoria humana, ou “na carne”, como descrito em outros textos bíblicos, em vez de no Espírito. Devemos evitar intencionalmente essa tendência. Simultaneamente, as autoridades devem trabalhar não para criar unidade, mas para preservar a unidade que já têm. O texto afirma que o Senhor derramaria o Espírito ao redor. Portanto, é Deus quem unifica os setenta com o Espírito, enquanto eles estão juntos.

De volta a Números 11, Eldade e Medade, contudo, não foram para a tenda do encontro, como foi indicado, mas permaneceram no acampamento, e o Espírito ainda repousava sobre eles. Isso ensina que o Espírito ainda pode trabalhar através de pessoas que não seguem instruções. É uma notícia reconfortante! No entanto, os supervisores devem dar o exemplo, servindo em obediência a Deus.

A característica final do Conselho de Moisés mostra que os membros do conselho sujaram suas ilustres mãos como humildes servos. Sua função era compartilhar o fardo do povo com o servo de Deus, Moisés. Ele estava cansado e o trabalho era muito grande, como suas próprias palavras revelam, ao falar sobre o povo de Deus em Deuteronômio 1:9-12. 

Compartilhar o fardo de Moisés significava que os setenta se incomodariam voluntariamente e colocariam as necessidades do povo à frente de suas próprias necessidades. Ajudariam a resolver disputas, que seriam confusas e provavelmente exigiriam paciência para lidar com pessoas e situações frustrantes.

Governança à maneira de Deus requer um serviço humilde. A administração do trabalho do Senhor é difícil, e a governança se torna ainda mais complexa quando os supervisores têm de vir ao lado do servo designado por Deus para ajudar a resolver as confusões. As pessoas saem dos trilhos e os supervisores as ajudam a voltar ao caminho certo e a permanecer lá.

CONCLUSÃO

O Conselho de Moisés fornece um paradigma basilar para pensar biblicamente sobre a governança de conselho administrativo. Quatro características são apresentadas em Números 11, que nos mostram o que o Senhor deseja para os supervisores. Eles representam autoridades e oficiais com maturidade espiritual comprovada e dons de administração evidenciados. Estão com o servo escolhido de Deus em um lugar onde podem ouvir do Senhor. O Espírito de Deus os fortalece e os unifica. Finalmente, eles ajudam os servos de Deus a compartilhar o fardo do povo como servos humildes. Podemos localizar esse conselho no registro bíblico por mais de mil anos entrando nos tempos do Novo Testamento.

O Conselho

Artigo retirado de trechos do livro

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