O verdadeiro significado do perdão
Perdão
"Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores."
Mateus 6:12 Tweet
Talvez a coisa mais chocante já dita seja que um homem, enquanto estava sendo crucificado, olhou para os Seus algozes e orou: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo” (Lucas 23:34).
A maioria de nós está familiarizada com as últimas palavras ditas na cruz, coletadas dos quatro evangelhos. Já ouvimos tantos sermões mencionando-as, que poderíamos pregá-las nós mesmos. Porém, não deixe a familiaridade gerar negligência. Em Sua primeira declaração na cruz, Jesus disse algo surpreendente, pedindo perdão para aqueles que estavam prestes a matá-lo.
É ainda mais surpreendente quando reconhecemos que a Sua morte foi o modo como Deus os perdoaria. Jesus estava morrendo pelos pecados deles. E pelos nossos. No Novo Testamento, o perdão se move tanto vertical quanto horizontalmente. Isto é, Deus nos perdoa, mas também espera de nós que perdoemos os outros. Na Oração do Pai Nosso, as duas coisas estão ligadas: “Perdoa-nos os nossos pecados, pois também perdoamos a todos os que nos devem” (Lucas 11:4).
O perdão começa com uma profunda consciência do nosso próprio pecado. Keith Potter escreve: “Estamos sempre subestimando a seriedade do pecado e de seus efeitos, tornando-nos diferentes de Deus e inadequados à boa comunhão com Ele. Os nossos esforços para perdoar a nós mesmos e aos outros também serão fracos e vazios se não entendermos de que maneira a graça de Deus nos cobre tão totalmente por intermédio de Jesus Cristo, tornando-nos justos aos olhos de Deus e aptos à boa comunhão com Ele”.
Somente quando entendemos profundamente o perdão de Deus para os nossos pecados é que o nosso perdão para os outros assume real significado e profundidade. Certa vez, Pedro perguntou a Jesus quantas vezes ele deveria perdoar alguém. Sempre o discípulo determinado a ser melhor do que todos os outros, Pedro disse: “Até sete vezes?” (Mateus 18:21). Jesus o superou, dizendo “setenta vezes sete” (v.22) — essencialmente, uma quantidade infinita. Em outras palavras, o importante não é quantas vezes você perdoa alguém, e sim a profundidade e a extensão do seu perdão. Não é um número, Pedro. O perdão precisa ser ilimitado.
A época da Páscoa é um tempo de perdoar os outros à luz de como Deus nos perdoou por meio da cruz. Não se trata de removermos um item na nossa lista de tarefas, e sim de nos reconciliarmos de maneira ponderada, sob oração e de maneira intencional com quem nos prejudicou, até mesmo atrozmente. Afinal, foi isso o que Cristo fez por nós.
Como Paulo escreveu: “Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor perdoou a vocês” (Colossenses 3:13).
PREPARANDO O SEU CORAÇÃO PARA A PÁSCOA
Senhor Deus, há em minha vida uma pessoa que me magoou tão profundamente que me parece impossível perdoá-la. Sei que Tu me perdoaste por algumas coisas terríveis. Ajuda-me a estender essa graça a essa pessoa que me ofendeu.