O Verbo que se fez carne: Jesus, Deus eterno
É bom e oportuno que nossa aventura com Jesus comece neste ponto: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1:1).
A declaração do apóstolo reproduz o relato de Gênesis, cujas origens também se encontram além da história do planeta no qual vivemos: “No princípio, criou Deus os céus e a terra”. Esse “princípio”, referido pelos dois autores, foge aos parâmetros que normalmente usamos para medir a passagem do tempo, pois se encontra oculto na própria eternidade.
João não pretende entrar no mistério dessa frase. Ele simplesmente afirma que o Verbo existia desde sempre, porque o Verbo é o próprio Deus. A sua declaração nos ajuda a assumir a partir do mesmo princípio a postura correta em nosso relacionamento com o Senhor.
Ele é a origem de todas as coisas, inclusive de nossa própria história pessoal. Vez por outra, à medida que caminharmos com Ele nesta série, retornaremos a esta verdade. Cada cena que vivenciarmos nos conduzirá inevitavelmente, à pessoa de Deus. O homem é, e sempre será, aquele que responde à iniciativa divina, um ator secundário na história que é muito maior e mais profunda do que o relato da nossa rápida passagem por este planeta. A declaração do discípulo amado serve também para demarcar a peregrinação terrena do Messias no que é eterno. Sua presença neste mundo, limitada a um pequeno lapso de tempo, representada pelos escassos 33 anos de vida, está incluída num projeto que nasce no coração de Deus e que, por essa razão, necessariamente está contida na eternidade.
Que bom será, então, iniciar esta aventura em atitude de adoração, maravilhados ante o fato de nos ser concedido o contato com o Eterno. Podemos exclamar com Moisés: “Ó SENHOR Deus! Passaste a mostrar ao teu servo a tua grandeza e a tua poderosa mão; porque que deus há, nos céus ou na terra, que possa fazer segundo as tuas obras, segundo os teus poderosos feitos?” (Deuteronômio 3:24).
Manter esta postura ao longo do ano será um dos fatores que mais nos ajudará a adentrar nas profundezas da pessoa de Cristo. Não nos chegaremos a Ele como alguém que pretende analisar, explicar e esmiuçá-lo. Antes, viremos simplesmente para apreciar o irresistível encanto da Sua pessoa. Senhor, tu és a encarnação de todos os nossos anelos, a manifestação dos nossos mais ousados sonhos. Ao nos aproximarmos da Tua pessoa nada mais fazemos do que responder à Tua iniciativa. Chegamos com o coração aberto e a vontade disposta a deixar que nos conduzas aonde tu queiras. Produz em nós as experiências que desejas. Não te pedimos que nos explique o que fazes, mas sim, que nos tenhas perto de ti. Estar contigo, Senhor, é todo o bem que anelamos.