“Jura dizer a verdade, somente a verdade, nada além da verdade, em nome de Deus?” Essa nos é uma pergunta familiar das cenas de tribunais em filmes estrangeiros quando a testemunha coloca a mão direita sobre a Bíblia antes de dar seu testemunho. Ao responder “Eu juro”, ela assume o compromisso de não cometer perjúrio. O Brasil não realiza esse ritual, mas o juiz informa à testemunha que ela não pode mentir, sob pena de falso testemunho (artigo 342, Código Penal) . É interessante notar como a lei dos homens preza pelo compromisso com a verdade, pois reconhece o quanto esta é primordial.
A palavra compromisso origina-se do latim compromittere, que é a junção de com — que significa “junto”— e primotterre, que significa “prometer”. Seria então uma promessa mútua. Como cristãos, portanto, o nosso compromisso com a verdade deve ser ainda mais latente e concreto, porque somos embaixadores de Cristo (2 Coríntios 5:20 NVT) e Sua carta viva, “escrita não com tinta e pena, mas com o Espírito do Deus vivo, e gravada não em tábuas de pedra, mas em corações humanos” (3:3), e, acima da lei dos homens, temos a Lei de Deus entalhada na tábua do nosso coração e uma promessa mútua com a Verdade a qual nos libertou.
Em João 8, Cristo diz que Seus verdadeiros discípulos “conhecerão a verdade e a verdade os libertará” (v.32 NVT). Mas que verdade é essa? Jesus respondeu no capítulo 14: “Eu [Jesus] sou o caminho, a verdade e a vida” [grifo da autora] (v.6). Mas como manter o nosso comprometimento com a verdade em meio a um cenário caótico em que até nossos próprios governantes estão constantemente comprometidos com a mentira?
As Escrituras nos trazem a motivação para perseverarmos como os remanescentes da Verdade. Por exemplo, em 3 João vemos a grande alegria de João por saber que Gaio, um presbítero da igreja, vivia de acordo com a verdade (vv.3,4). Em Provérbios 6, Salomão diz que há sete coisas que o Senhor considera detestáveis, e entre elas estão listadas “língua mentirosa” e “testemunha falsa que diz mentiras” (vv.16,17,18 NVT). Jesus diz ainda em João 8:44 que o diabo “Sempre odiou a verdade, pois não há verdade alguma nele. Quando ele mente, age de acordo com seu caráter, pois é mentiroso e pai da mentira” (NVT). O cristão que verdadeiramente ama a Deus não tem prazer em coisas que são detestáveis para Ele ou que fazem parte do caráter do diabo.
A verdade é algo absoluto, imutável, transcultural; independe de nossos sentimentos ou predileções. Está acima de qualquer coisa e é para todos. E, como vimos, Jesus Cristo é a Verdade. Nosso compromisso com a verdade é um compromisso com o próprio Jesus, nosso Remidor, com quem temos uma promessa mútua: prometemos a Ele todo o nosso ser, e Ele nos promete a vida eterna.