Sim, eu quero paciência — e quero agora!
Bill Crowder
“Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que é sobre todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Filipenses 2:9–11).
Só a palavra paciência me deixa desconfortável. A necessidade de paciência é um problema constante para mim. Luto contra ela — lembrando-me repetidamente da alegria da gratificação adiada e da satisfação da autodisciplina — e continuo sem me convencer. Sim, eu quero paciência — e quero agora!
As lições de vida quase nunca vêm em momentos oportunos, assim como os testes pelos quais nosso caráter é desenvolvido. Nossa necessidade de paciência é expressa na Bíblia por dois conceitos significativos:
Longanimidade
Isso envolve a ideia de perseverança diante das dificuldades da vida. A Bíblia nos diz para “corrermos com perseverança [ou paciência] a carreira que nos está proposta” (Hebreus 12:1). E quando os problemas surgirem por nos identificarmos com Jesus, devemos “suportá-los com paciência” (1 Pedro 2:20). A implicação dessas declarações é que as lutas da vida não devem nos impedir de ser quem Deus nos chamou para ser. Devemos encarar a vida com o compromisso de perseverar — mesmo quando ela for extraordinariamente difícil.
Disposição para esperar
Isso demonstra uma atitude de confiança nos propósitos de Deus, que nos permite aguardar a realização da Sua vontade em nossas vidas. É o desafio de Isaías 40:31, que diz:
Os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão como águias, correrão e não se cansarão, caminharão e não se fatigarão.
Acredito que ambos os elementos da paciência são inerentes à atitude de paciência que faz parte da diferença cristã. Ele não apenas suportou com perseverança a dor da cruz, como também se dispôs a se entregar às mãos do Pai.
O modelo de verdadeira paciência de Cristo
Você diz: “Não vejo a palavra paciência em Filipenses 2:5-11″. Você tem razão. A palavra não está lá, mas a atitude está. Na transição do versículo 8 para o versículo 9 está a palavra ” portanto”. O “portanto” do versículo 9 liga as bênçãos da glória que se seguirão aos eventos que a precederam. As provações dos versículos 5-8 levam diretamente à glória dos versículos 9-11.
Por que o Filho de Deus permitiu que seres humanos caídos e pecadores O usurpassem para obter coisas que já eram Suas em virtude de Sua divindade? O escritor de Hebreus respondeu à pergunta desta forma:
Jesus… o qual, pela alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e assentou-se à direita do trono de Deus (Hebreus 12:2).
Isso demonstra uma mente verdadeiramente paciente, pois estava disposta a esperar pela recompensa enquanto suportava as dificuldades do sofrimento. Este é um exemplo difícil para aqueles de nós que fazem parte de uma geração que deseja todos os benefícios da vida e os deseja imediatamente. Em certo nível, não se trata apenas de uma questão de paciência, mas de confiança nos propósitos de um Pai vivo que sabe o que é melhor e sabe quando é o momento certo para essas coisas.
Não é de admirar que Salomão tenha escrito que Deus faz todas as coisas “formosas [ou apropriadas] em seu tempo” (Eclesiastes 3:11). Se quisermos experimentar a alegria e a satisfação da diferença cristã, devemos estar preparados para confiar no Pai não apenas quanto à Sua vontade, mas também quanto ao Seu tempo.
A confiança de Cristo foi equivocada? Não, segundo Filipenses 2:9-11. Observe a plenitude da alegria experimentada pelo Filho obediente que pacientemente confiou no amor de Seu Pai.
Jesus foi exaltado e honrado
O Pai “o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome” (v. 9).
Jesus será adorado por todos
Paulo escreveu “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra” (v. 10).
Jesus receberá o reconhecimento que merece
“Toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (v. 11).
Cristo estava disposto a esperar pacientemente que a vontade de Seu Pai se cumprisse. E o Pai foi abundante em Sua resposta à confiança paciente de Seu Filho. Aprenderemos a viver com base nessa mesma confiança esperançosa, mesmo que ela só possa ser aprendida por meio de provações e testes?
Muitas vezes, a paciência nada mais é do que a expressão interior de confiança em um Deus fiel que promete:
E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não houvermos desanimado (Gálatas 6:9).