O outono começa a desvanecer, e o inverno friamente bate à porta.
O rei Sol parece se intimidar e perder sua força ante o frio que invade corpo e alma.
O frio, crescendo a cada dia, silencia os belos cânticos dos pássaros, que outrora festejavam o fulgor do rei Sol nas belas árvores floridas.
As árvores, impotentes, são desnudadas da alegria pelo vento impiedoso, que derruba suas roupagens de folhas e flores.
Na alta noite, cada um encerrado em casa, o frio voraz ganha força e penetra até os ossos, lembrando-nos quão pobres criaturas somos.
Mas há dias em que, ao amanhecer, quando os ventos da bondade e do amor enviam as nuvens escuras para longe, o rei Sol, radiante, ministra vitamina D, enchendo a todos de vigor e energia para vencer a morte, que ronda como predadora à caça dos fracos.
Os que permanecem encerrados, por não abrirem as portas e janelas para a vida do rei Sol adentrar, alimentam as trevas da tristeza e do medo no coração e caem prostrados.
O inverno não é o fim, mas quem deixar de contemplar o rei Sol, enquanto atravessa a noite escura da alma, por vezes flertará com a morte.
Aqueles que evitam cultivar uma vida sob a luz são assombrados pelas trevas do inverno, desesperados pelo “sumiço” do rei Sol.
No inverno, os sussurros da morte convidam para a dança do desespero, do suicídio, aqueles que, no verão, tendo desprezado o rei Sol, deliberadamente viveram nas trevas e não armazenaram luz no coração.
O inverno, que a tudo parece destruir, na verdade é um mal necessário. Ele limpa e purifica a todos de tudo o que se tornou aparente e superficial, para que, na primavera, apresentem-se adornados com tudo novo e gozem com o rei Sol até o verão.
A natureza nos fala da verdadeira mensagem, de que na vida todos nós passamos pelo ciclo das quatro estações.
O inverno é o despojamento da jactância para que os mais belos frutos do amor e humildade sejam abundantes entre a primavera e o verão.
“Olhe! A escuridão cobre a terra, dessas trevas envolvem os povos, mas sobre você raia o Senhor [o rei Sol], e sobre você se vê a sua glória” – Isaías 60.2.
Levante a cabeça e creia! Além das nuvens escuras da injustiça, do ódio e da maldade, o rei Sol observa do seu trono! Ele permite os açoites do inverno para provar os corações e revelar aqueles que, em meio às trevas, são luz e os que, em meio à luz, são trevas.
Em breve, as trevas serão dissipadas e só haverá luz. Os que odiaram a luz serão lançados eternamente no reino das trevas.
Enquanto há tempo, venha para a luz da verdade e deixe o rei Sol expulsar as trevas em seu coração.
Sob a luz do verdadeiro Sol, recebemos as vitaminas da vida, paz, alegria e esperança.
Mesmo na estação do inverno frio e trevoso que o mundo atravessa, a luz do Sol da Justiça e da verdade nos cura da cegueira do orgulho e nos leva a viver seguros e em paz, ainda em meio às tempestades.
O rei Sol venceu as trevas. Vivendo sob sua luz, estamos livres dos vírus do pecado e do medo da morte, que prendem a todos na escuridão da condenação eterna.
Enquanto passamos pelos ciclos das quatro estações, o Sol da Justiça, com amor, nos diz:
“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” – João 8.12. “Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus. Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más. Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam manifestas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizadas por intermédio de Deus”. – João 3.18-21