Em 522 ou 521 a.C., Dario assumiu o poder do Império Medo-persa e suas políticas eram bem favoráveis à reconstrução de Jerusalém e seu Templo. Foi nesse contexto que o profeta Ageu apareceu e escreveu: “No primeiro dia do sexto mês do segundo ano do reinado de Dario, a palavra do Senhor veio por meio do profeta Ageu ao governador de Judá, Zorobabel, filho de Sealtiel, e ao sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, dizendo…” (1:1). O livro de Ageu está muito bem situado e identificado no ambiente da história, pois ele mostra exatamente quando tudo aconteceu. Se atualizarmos para nosso calendário, a data é 29 de agosto de 520 a.C. e, a partir dessa data, ele dá cinco mensagens, algumas inclusive no mesmo dia, concluindo sua série de mensagens em 18 de dezembro do mesmo ano. Ageu, portanto, em quatro meses, escreveu o seu livro e entregou as suas mensagens e profecias. A razão pela qual o profeta entregou estas mensagens era porque os judeus, que inicialmente estavam com medo de reconstruir o Templo, tinham chegado à condição de frieza e indiferença. Reconstruir ou não o Templo deixou de ser importante, e eles tinham suas justificativas para isso.
Ageu era um homem cujo nome significa “festa”, pois ele teria nascido numa das festas comemorativas do povo. É muito provável que ele já fosse um homem idoso quando profetizou, tendo perto de 80 anos. Quando Ageu aparece associado a outros profetas, como por exemplo Zacarias, o seu nome é citado na frente, e isso é um indício de que ele era mais velho. Por algumas evidências dentro do seu livro, é bem provável que ele tivesse saído de Jerusalém quando ela foi conquistada, em 586 a.C., retornando na ocasião de sua escrita com a cidade já totalmente destruída.
Estabelecido o ambiente histórico, meu propósito neste capítulo é desenvolver as principais lições apresentadas no livro de Ageu, divididas em três blocos. A primeira é que o ser humano não muda, independentemente de alcançar um nível maior de civilização, de desenvolver tecnologia, ou de ser mais poderoso e educado. Os problemas com os quais Ageu lidou no passado são os mesmos problemas que temos hoje. Em segundo lugar, destaco que passados praticamente 2.500 anos desde que essas profecias foram dadas, percebe-se que a Palavra de Deus continua atualizada e válida. Por fim, em terceiro lugar, quero ressaltar que não somos nós que acrescentamos algo a Deus; antes, é Ele quem abençoa. As palavras de Ageu são para nós ainda hoje.