No antigo seriado de televisão Happy Days (Dias felizes), um filho foi proibido pelo seu pai de sair de casa “pelo resto de sua vida” por causa de sua má conduta.

Ao conversarem a respeito, o pai lhe perguntou: “Entendeu a lição?”. A resposta do filho foi surpreendente: “Eu já imaginava que algo que produzisse tamanha dor, de alguma forma, traria uma lição”.

Esta é a vida real! Não desenvolvemos o nosso caráter em tempos fáceis e de prosperidade, mas em momentos de dificuldades. As maiores lições da vida são, muitas vezes, o resultado das nossas profundas dores.

Quando o meu pai faleceu, um amigo que era pastor veio ao velório. Eu tinha começado a trabalhar como pastor há apenas alguns meses, e o funeral de meu pai seria o primeiro no qual eu pregaria. O meu amigo colocou os seus braços ao redor dos meus ombros e disse: “Sei que isto lhe dói muito — é óbvio. Mas um dia você agradecerá pelas lições que aprendeu esta semana”.

Continuou: “Nunca perdi um ente querido tão próximo, mas fiz muitos cultos fúnebres. Nesses funerais, nunca soube verdadeiramente confortar as pessoas quando enfrentavam suas maiores perdas, pois eu nunca experimentei a mesma dor. O que você aprenderá com seu sofrimento o capacitará a consolar outros em suas dores, de forma muito mais eficaz”.

Numa das epístolas mais práticas do Novo Testamento, Tiago escreveu as seguintes palavras: “Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria sempre que passarem por qualquer tipo de provação, pois sabem que, quando sua fé é provada, a perseverança tem a oportunidade de crescer. E é necessário que ela cresça, pois quando estiver plenamente desenvolvida vocês serão maduros e completos, sem que nada lhes falte” (Tg 1.2-4).

Seu argumento é simples — Deus nada desperdiça! Tudo o que acontece em nossa vida tem uma razão de ser e grande parte desse propósito é nos ajudar a crescer em nossa fé.

Diz-se que a vida deve ser vivida caminhando em frente, mas nós só a compreenderemos olhando para trás. Esse caminhar exige que confiemos nos propósitos amorosos do Deus soberano. Devemos confiar que Ele controla tudo — especialmente quando a vida parece estar fora de controle.

Paulo se referiu a isso ao escrever que “vivemos por fé” (2Co 5.7), o que contradiz todo e qualquer elemento da autopreservação enraizada em nós. Queremos assumir responsabilidades, manipular e controlar. Mas Deus quer que confiemos no amor do Pai que não comete erros. Ele quer que confiemos naquele que nos faz “…mais que vencedores por meio daquele que nos amou” (Rm 8.37).

Foi assim com José, um dos personagens do Antigo Testamento. Sua vida estava repleta de experiências obscuras e difíceis, porém os resultados finais foram maravilhosos! De fato, ele pode nos ensinar muito sobre como lidar com as dificuldades em nossa própria vida. Tornou-se um homem piedoso numa cultura ímpia — um verdadeiro vencedor —, e seu exemplo pode nos ajudar a nos prepararmos à medida que enfrentamos as questões da vida.