Em 1 Pedro 3:14-15, Pedro oferece dois grandes desafios. O primeiro é um chamado para honrar a Cristo como Santo. A ideia de honrar a Cristo como santo é tirada da palavra grega hagiázō, que se refere ao ato de tratar algo com um senso de admiração ou vê-lo como separado de outros itens comuns. Outras traduções de 1 Pedro 3:15 colocam o termo como separar, reverenciar ou santificar Cristo.
Em Mateus 6:9, a palavra é traduzida como “santificado” em referência ao nome de Deus: “Pai nosso que estás no céu, santificado seja o teu nome”. Aqui, Jesus está pedindo que os Seus seguidores considerem o nome do Pai (o que representa a Sua identidade) como algo especial, único, e santo.
Em João 17:17, Jesus suplicou ao Pai que santificasse Seus seguidores na Palavra de Deus quando disse: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (NVI). Jesus estava pedindo que o Pai tornasse Seus seguidores espiritualmente separados do mundo por meio da inspiração da Palavra de Deus em suas vidas. de Deus em suas vidas.
Mas o que esse termo significa em relação à vida diária e à prática cotidiana? O que Pedro está pedindo que seus leitores façam quando ele diz para honrar, separar, reverenciar ou santificar Cristo como Senhor em seus coração? Em termos simples, ele está pedindo aos crentes que reconheçam que Jesus é alguém que deve ser distinto, santo e único em suas vidas.
Honramos a Cristo em nossa vida quando o colocamos em primeiro lugar. Ou seja, quando colocamos Sua vontade para nossa vida acima de nossos próprios desejos, o que implica tomar decisões que o honrem e glorifiquem por meio do nosso viver. É importante observar que a admoestação de Pedro para honrar a Cristo pressupõe a realidade da salvação na vida de uma pessoa. Somente ao aceitar a verdade que muda a vida e que Jesus Cristo ofereceu a si mesmo como sacrifício por nossos pecados é que podemos realmente honrá-lo como Senhor. E honrar a Cristo em nossa vida começa quando o reconhecemos como Salvador e seguimos como Senhor. Por meio da lealdade a Jesus, estabeleceremos o alicerce sobre o qual a defesa de nossa fé está.
O segundo desafio que Pedro nos deixa é o nosso chamado para defendermos a nossa fé! Pedro não apenas instrui os crentes a honrarem a Cristo, mas também nos desafia a estarmos prontos e aptos a responder por que acreditamos no que acreditamos. A capacidade de dar uma resposta para nossa fé em Cristo pode abranger uma resposta simples ou, às vezes, complexa, dependendo da pergunta feita.
A prática de dar uma razão para o que acreditamos como seguidores de Cristo é chamada de Cristo é chamada de apologética cristã. O termo apologética é derivado da palavra grega apologia. No primeiro século, durante a época de Pedro, ele se referia à prática de preparar uma defesa ou argumento legal bem pensado usado para refutar acusações contra um indivíduo ou uma posição filosófica específica. Pedro usa o termo para se referir a uma defesa da esperança que vem da fé em Jesus.
O termo apologia ocorre oito vezes no Novo Testamento. Vamos ler cada uma dessas ocorrências para entender melhor como a palavra é usada em diferentes contextos:
Em Atos 22:1, depois de estar cercado por uma multidão indignada no templo, Paulo diz: “Ouçam-me enquanto apresento minha defesa (a apologia).”
Depois, em Atos 25:16, Paulo destaca para aqueles que o acusaram diante de Festo que a lei romana não acusa as pessoas sem um julgamento, mas que elas precisavam de uma oportunidade “confrontar seus acusadores e se defender” (ou dar uma apologia de si mesmos).
Em 2 Coríntios 7:11, Paulo, ao falar sobre a preocupação dos coríntios por ele, diz: “Vejam o que a tristeza que vem de Deus produziu em vocês! […] Vocês mostraram que fizeram todo o necessário para corrigir a situação” (ou fazer uma apologia para vocês).
Para os filipenses, Paulo escreve em 1:7: “Vocês têm participado comigo da graça, tanto em minha prisão como na defesa e confirmação das boas-novas.” Alguns versos adiante, ele diz que algumas pessoas pregam Cristo “por amor, pois sabem que fui designado para defender as boas-novas” (ou designado para fazer uma apologia).
Em 2 Timóteo 4:16, Paulo relata que em sua “primeira defesa (ou sua primeira apologia)” ninguém o acompanhou, todos os abandonaram.
E finalmente, em 1 Pedro 3:15, lemos a advertência de Pedro aos cristãos para sempre estarem preparados para defender (fazer uma apologia) a esperança que estava neles para qualquer pessoa que lhes perguntasse a respeito.
Esses usos da palavra apologia indicam que o cristianismo não é uma fé cega, mas uma fé razoável que pode ser defendida e apoiada por fatos. Isso não quer dizer que alguém possa argumentar com outra pessoa até ela ser salva. De acordo com Efésios 2:8-9, a salvação é somente por meio da fé, pela graça de Deus. Ponto. O objetivo da apologética é preparar o caminho para a fé, permitindo que um incrédulo veja claramente o que o cristianismo ensina. Os fatos não destroem a fé, eles dão embasamento para ela.
Um exemplo é encontrado nos primeiros quatorze versículos de 1 Coríntios 15, onde Paulo usa a realidade da ressurreição de Jesus como evidência da veracidade da fé cristã. Aqui Paulo apela para a evidência histórica na forma de testemunho ocular e para a exatidão das Escrituras como a base subjacente de sua fé. Paulo até mesmo aposta a validade da fé cristã como um todo na veracidade histórica da ressurreição. Sem ela, diz Paulo no versículo 19 do mesmo capítulo, “…somos os mais dignos de pena em todo o mundo”.
Na próxima lição, falaremos da prática da apologética, o que ela significa para nós e como vivermos essa realidade.
Reflexão:
1) Você acredita que defender a fé cristã é tão importante ou necessário hoje?
2) Como você comprovaria a veracidade da fé cristã?