Sobre a artista:
Carina é uma violoncelista curitibana formada em Licenciatura em Música pela UNESPAR – EMBAP. Iniciou os estudos de música aos 17 anos, apenas como um hobby. Porém, com o passar do tempo não se via fazendo outra coisa que não fosse relacionada ao violoncelo. Percebeu isso como um chamado para se dedicar integralmente aos estudos musicais.
Acredita que a música possibilita diferentes interações, conectando pessoas com pensamentos diversos.
Além de abrir portas para que a boa nova encha o recinto, e os corações, ainda que de forma não convencional, pois não vê a vida com separação entre sacro e secular, a exemplo de Bach, que escrevia no final de suas partituras: Soli Deo Gloria.
“Pois Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas. A Ele seja a glória para sempre! Amém.”
Romanos 11:36
Atua como violoncelista na orquestra Ladies Ensemble, e como professora de violoncelo através do Espaço Vida e Música, fazendo também, gravações em estúdio com outros instrumentistas e cantores.
Reflexão
O luto: uma experiência única
Quando falamos sobre luto, automaticamente pensamos em morte; no entanto, é mais abrangente. Luto é uma resposta natural e esperada frente a uma perda; é a quebra de um vínculo muito significativo. Essa quebra poderá ser pelo fim de um relacionamento, a perda de um bebê, o nascimento de um filho com algum diagnóstico ou limitação; pode significar o fim de uma etapa do desenvolvimento, como da infância para adolescência, ou a chegada da terceira idade; pode ainda ser pela perda de um trabalho ou posição social, como também a perda de um pet, ou a mais conhecida: pela perda de uma pessoa. O luto bagunça todos os nossos sentimentos, pois tínhamos um mundo “presumido”, ou seja, organizado antes da perda. Refazer a vida leva um certo tempo, e isso exige respeito, acolhimento e paciência de quem convive com o enlutado como até mesmo o próprio enlutado que muitas vezes não sabe como lidar com tudo o que está acontecendo.
Por isso, nesses momentos, vale lembrar que julgar, comparar ou trazer soluções simplistas poderão magoar o enlutado. Para ajudar nesses casos, é importante sempre perguntar e respeitar como a pessoa deseja ser acolhida nesse momento. No processo de luto, é comum sentir-se confuso, ter dificuldades emocionais, comportamentais, sociais e cognitivas; é bom lembrar que o processo é único: cada um responderá este momento de forma diferente. O luto não é uma doença, porém em uma sociedade que não acolhe o sofrimento ou dependendo de como se deu a perda, poderá então exigir um cuidado especial.
No acolhimento, é válido destacar que o processo não se dá em etapas e nem de forma linear, mas em um processo de oscilações ora voltado para perda e ora voltado para a restauração. Por isso, é normal o enlutado pensar que está regredindo voltando a chorar e sofrer e, em outros momentos, pensar em ressignificar a vida com sonhos. Permita-se acolher suas perdas reais e simbólicas; chorar faz bem, e se você sente vontade e não o faz, saiba que essa decisão coloca em risco sua saúde física e emocional; A busca por ajuda profissional é indicada quando a perda é traumática e ou você não tem uma rede de apoio suficiente para lhe acolher nesse momento.
Gisele Texdorf Martins
CRP 08/10329
Instagram: @acolherpsicoelutos