LEIA: Eclesiastes 10:1-20
Enquanto crescíamos, meus três irmãos e eu estávamos bem familiarizados aos atritos habituais da rotina juntos e aos exemplos ocasionais de rivalidade entre irmãos.
Um incidente em particular da minha adolescência permanece em minha mente — uma época em que eu reagi instantaneamente ao que entendi como uma pequena injustiça e falei sem pleno conhecimento da situação. Senti que estava fazendo uma quantidade desproporcional de tarefas em comparação à minha irmã, mas recebia pouco apreço pela minha contribuição, e decidi expressar meus pensamentos para minha mãe.
No meio da minha fala, de repente reconheci minhas palavras — que antes soavam tão justas em minha mente — pelo que realmente eram: tolas, superficiais e mesquinhas. Quando a última palavra saiu da minha boca, eu já estava começando a me arrepender de tê-las dito.
Ainda me lembro do olhar de dor no rosto da minha mãe quando ela explicou que minha percepção da situação não era precisa e que ela não tinha favoritos.
Eu sabia que tinha ferido minha mãe, e estava muito envergonhado.
Em diferentes momentos da minha vida, experiências como essas revelaram que meu coração é enganador e propenso a reagir impulsivamente, e me condenaram pela minha necessidade de sabedoria.
Em Eclesiastes 10:2, vemos um contraste entre aqueles que são sábios e os que são tolos: Os sábios inclinam-se para o “certo”, ou o caminho correto, enquanto o coração do tolo o leva ao oposto. O pregador continua a descrever os caminhos do tolo em grande detalhe ao longo do capítulo — ele não tem sentido (v.3), é ignorante (v.15) e preguiçoso (v.18).
Além disso, os tolos identificam-se como tolos a todos (v. 3). Suas palavras não são produtivas (v.14), e fazem o tolo ser destruído por aquilo que ele mesmo diz (v.12). Em contraste, as palavras dos sábios trazem “aprovação”.
Então, como é nos comportarmos com sabedoria — especialmente em um mundo cheio de injustiça, onde pessoas tolas são frequentemente colocadas em posições de dignidade e poder (v. 6)?
Geralmente associamos “sabedoria” ao conhecimento, inteligência e perspicácia. Mas Provérbios 9:10 nos diz que “o temor do SENHOR é o princípio da sabedoria”. Enquanto os “tolos dizem em seu coração: ‘Não há Deus’” (Salmo 14:1), a pessoa sábia vive com reverência a Deus, o que inspira obediência à Sua vontade como revelado na Bíblia.
E isso significa escolher viver de acordo com a Palavra de Deus quando estamos em meio a um conflito ou uma situação injusta. Muitos anos depois, posso olhar para trás e ver como as passagens que nos instruem sobre a sabedoria de conter nossos lábios (Provérbios 10:19) e ser lentos para falar (Tiago 1:19), me ajudaram muito.
Durante os momentos em que fui tentado a atacar alguém com palavras impacientes ou raivosas, sou grato por o Espírito Santo ter me ajudado a conter minha língua, e em vez disso me deu as palavras de uma resposta gentil (Provérbios 15:1) que, quase sempre, afastaram a ira. Essas ocasiões me ajudaram a evitar a tolice para viver sabiamente. Como o pregador reflete nos versos 6-7, nos conduzir com sabedoria nem sempre significa que necessariamente ganharemos favores com as pessoas ou evitaremos a dor, mas a Palavra de Deus garante que há grande bênção em fazê-lo.
Então, seja nas palavras e formas que falamos, na maneira como conduzimos nossos relacionamentos, ou tomamos decisões importantes de vida, vamos buscar sabedoria nas Escrituras e aplicá-la ao nosso viver. —Chong Shou En
Pensando sobre:
1. Pense em um momento em que você agiu tolamente por impulso. Após refletir, qual teria sido a resposta mais sábia?
2. Quais são algumas áreas em sua vida em que você precisa se comportar com sabedoria? Faça uma lista dessas áreas e as comprometa em oração a Deus.
3. Como você descreveria seu relacionamento com seus irmãos? Que palavras Deus quer que você fale com eles hoje (Por exemplo: palavras para reatar laços, ou para expressar amor e preocupação)?