Leia Eclesiastes 6:1-12
Noah riu alegremente enquanto uma bolha de sabão dançava acima de sua cabeça. Ele a perseguiu antes que ela estourasse e então começou a correr atrás das bolhas que vieram depois. Eu estava tão feliz… até que, de repente, não havia mais bolhas mágicas de arco-íris. Aquela alegria inocente de uma criança de três anos foi substituída por soluços de decepção.
Aquele momento, com um dos filhos do meu amigo, me lembrou que eu também luto com a busca das coisas temporárias do mundo que trazem apenas prazeres passageiros. Eu costumava sonhar com um romance de conto de fadas: a princesa da Disney esperando seu príncipe encantado.
Dez anos atrás, eu pensei que estava apaixonada. Depois de dois anos, ele me deu um anel. Me emocionei pensando no futuro, planejando nosso casamento e imaginando como seriam nossos filhos.
Mas esse relacionamento de repente terminou e meu mundo virou de cabeça para baixo. Fiquei com o coração partido, mas isso me mostrou que agi como meu amiguinho Noah, perseguindo os mesmos marcos que o mundo sempre considerou importantes. Percebi que só estava apaixonada pela ideia de amor, de casamento.
Em Eclesiastes 6:7, o escritor fala desse anseio insaciável pelo que queremos, mas não temos. Ele sugere sabiamente que respondamos valorizando o que temos: “Melhor é o que os olhos veem do que o vaguear do desejo” (v.9). É fácil ver o que os outros têm e ficar indignado porque Deus permite que algumas pessoas tenham tudo o que desejam (v.2), pensando: “Mas, Deus, e eu?” . Não é muito diferente do que acontece quando olho para os casais ao meu redor e sinto inveja.
No entanto, a passagem de hoje me lembra que, ao invés de ansiar infinitamente pelo que não tenho, posso aprender a abraçar o quão rico este tempo pode ser.
Por exemplo, meus estudos de aconselhamento abriram portas para eu conhecer e cuidar de pessoas de muitas culturas, origens e experiências de vida diferentes. Refugiados, dependentes químicos, homens e mulheres sem-teto, profissionais do sexo, vítimas de abuso e pessoas com deficiências; marginalizados que podem se sentir indignos e rejeitados pela sociedade. Quando nosso amor é derramado sobre aqueles que mais carecem, a luz de Cristo brilha mais forte.
Ao ouvir as histórias daqueles que são um pouco mais difíceis de amar, isso também coloca minhas próprias lutas em perspectiva e me ajuda a apreciar as pessoas e coisas maravilhosas da minha vida, em vez de me concentrar no que sinto.
Ainda espero me casar um dia. Não é errado querer coisas como relacionamentos; mas, quando buscamos as coisas acima do amor de nosso Senhor, elas podem facilmente se tornar ídolos que tiram nosso foco de Deus e do que Ele pode ter para nós nesta fase atual de nossa vida.
Eclesiastes 6 traça um quadro sombrio da condição humana. O escritor deste livro de sabedoria refere-se à luta terrena para satisfazer nossos desejos como “correr atrás do vento” (v.9). Talvez você também se encontre em um momento de saudade. Se sim, tente buscar relacionamentos significativos nos quais Deus o colocou. Somos feitos para relacionamentos, e vale a pena celebrar a alegria que eles trazem ao honrar o Senhor.
—Por Deb Fox, Australia
Perguntas para reflexão
Quais são as “bolhas” que podem distraí-lo de seu relacionamento com Deus ou das coisas mais importantes? São bolhas “boas” que você precisa submeter ao tempo e plano de Deus, ou coisas que você precisa parar de perseguir completamente?
Reserve um minuto para considerar como você pode derramar o amor de Cristo na vida de alguém que precisa dele hoje. Que “apetites” podem estar impedindo você de aproveitar essas oportunidades?
Como nosso amor pelos outros pode ser afetado pelo ciúme do que eles possuem?
Como podemos aprender a mostrar amor pelos outros por causa de quem eles são, em vez de olhar para o que eles têm em comparação a nós mesmos?