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Grandes pregadores falam sobre santidade, e George Whitefield é um deles

George Whitefield foi um dos ministros cristãos mais dinâmicos e conhecidos do século 18. Os jornais da época o chamavam de “maravilha da era”. Foi o ministro da igreja Anglicana que, com sua personalidade e habilidade oratória, teve participação fundamental no movimento que ficou conhecido como “O Grande Despertamento”.

Whitefield nasceu em 1714, em Gloucester, na Inglaterra. Perdeu o seu pai muito cedo, o que o levou a servir mesas desde novo na estalagem da família. Durante sua infância, demonstrou interesse pelas artes cênicas e lia peças de teatro incansavelmente, muitas vezes até faltando aula para ensaiar. George abandonou os estudos por um tempo para ajudar sua mãe, retomando-o em 1730.

Nos seus primeiros anos de formação, Whitefield tornou-se cristão praticante. Enquanto estudava na Universidade de Oxford, sua fé se aprofundou. Ali, em 1733, ele conheceu os irmãos Wesley e se juntou ao grupo de cristãos do “Clube Santo”, chamado por muitos críticos de “metodistas”, pela abordagem sistemática às questões religiosas. Assim como seus amigos do clube, Whitefield também buscou a salvação através de disciplina rígida e boas obras. Isso lhe custou sua saúde e ele jamais se recuperou totalmente. John Wesley emprestou a Whitefield o livro de Henry Scougal The life of God in the soul of man (A vida de Deus na alma humana) que mostrou sua necessidade em nascer de novo.

A conversão de Whitefield lhe despertou a missão de pregar as boas-novas de Cristo às pessoas em todos os lugares. Então, após ser ordenado ministro na Igreja Anglicana, começou a evangelizar e, aos 21 anos, fez seu primeiro sermão. Em 1735, suas palavras registram: “uma plena garantia de fé invadiu minha inconsolável alma”. O papel que George Whitefield teve, junto aos irmãos Wesley, foi fundamental no avivamento que tomou conta da Grã-Bretanha na primeira metade do século 18. Sua pregação causava comoção por onde ele passava, e multidões se acercavam para ouvi-lo falar sobre a fé salvadora em Cristo.

Como frequentemente confrontava a instituição religiosa, as portas da igreja começaram a se fechar para Whitefield. E ele começou a pregar ao ar livre, uma prática quase desconhecida até então. George falava várias vezes ao dia, e logo milhares de pessoas aguardavam as suas palavras, por onde quer que ele pregasse. Ele foi o primeiro evangelista moderno a viajar e pregar para grandes multidões em campos e praças das cidades.

Em 1739, Whitefield partiu para pregar nas colônias americanas, escolhendo a Filadélfia como sua primeira parada. Mas mesmo as maiores igrejas não conseguiam acomodar as oito mil pessoas que iam vê-lo, então ele as levava para fora. Cada parada na viagem de Whitefield era marcada por públicos recordes, geralmente excedendo a população das cidades nas quais ele pregava. Naquele mesmo ano, George Whitefield conheceu Benjamin Franklin e com o seu apoio, em 1740, escolheu o local para a construção do seu orfanato Bethesda. Franklin também construiu para George um auditório onde as pessoas pudessem comparecer e ter espaço para ouvi-lo. O edifício que Franklin construiu para Whitefield pregar na Filadélfia mais tarde se tornou a Universidade da Pensilvânia. Whitefield aproveitava cada oportunidade para pregar. Em uma pequena cidade chamada Fagg’s Manor, havia 12 mil pessoas para ouvir suas palavras. Não demorou muito para que as igrejas não pudessem conter as enormes multidões que compareciam para ouvi-lo. Assim, ele recorria sempre a sermões em encontros ao ar livre.

Em todos os lugares em que Whitefield pregava, ele recolhia doações para um orfanato que havia fundado na Geórgia durante sua breve estadia em 1738, embora o orfanato o tenha deixado endividado pela maior parte de sua vida.

Com seu talento para expressão dramática, os sermões de Whitefield eram extraordinários, dando vida aos personagens bíblicos como nunca antes. Seu público era enorme, mas seus ouvintes ficavam fascinados. Multidões entusiasmadas praticamente se atropelavam para ouvir o célebre pregador. Essas mesmas multidões ficavam em silêncio absoluto quando Whitefield orava.

Em Northampton, Massachusetts, Whitefield hospedou-se na casa de Jonathan Edwards, o ardente pregador revivalista das Igrejas Reformadas. Edwards, que participou de todos os cultos de Whitefield, ficou emocionado. O reavivamento espiritual que ele ajudou a desencadear foi um evento decisivo na história norte-americana. O sermão final desta jornada evangelística de Whitefield foi realizado no Boston Commons e atraiu uma multidão de 23 mil pessoas — a maior assembleia da história americana até hoje.

Whitefield buscava uma esposa que lhe ajudasse em suas jornadas missionárias e trabalho no orfanato. Em novembro de 1741, ele se casou com Elizabeth James, uma viúva de 36 anos, de Gales, e recém-convertida ao cristianismo. Elizabeth deu à luz seu único filho em 1743, mas o bebê morreu quatro meses depois. Sua esposa, que muitas vezes não pôde acompanhá-lo em suas viagens por questões de saúde, morreu em 1768.

O ministério de pregação de Whitefield durou 33 anos, durante os quais ele viajou sete vezes para os Estados Unidos, 15 para a Escócia e por toda a Inglaterra e País de Gales. Seu impacto mais significativo foi sentido nas colônias norte-americanas e na Escócia, onde os ventos do avivamento já tinham começado a soprar através do ministério de pastores e evangelistas locais.

George Whitefield era um pregador que comandava milhares de pessoas apenas com o uso de sua voz, sem amplificação, e de personalidade carismática, mas também trabalhava demais e tinha sua saúde debilitada o que nunca fora um empecilho para suas viagens e pregações. Certa vez disse: “Prefiro desgastar-me a enferrujar”. Em seus últimos meses de vida, Whitefield foi a Nova Iorque e pregou quase todos os dias, exceto por alguns dias quando se sentiu muito mal para sair da cama. Já em setembro, foi a New Hampshire e ali, de um lugar improvisado, falou sobre 2 Coríntios 13:5; “Examinem-se, estejam guardados na fé” — o que muitos consideraram ser o seu melhor sermão.

No dia 29 de setembro de 1770, Whitefield fez seu último sermão em Newbury, New Hampshire. Durante a noite, despertou com dificuldade para respirar, que ele acreditava ser asma, mas possivelmente tenha sido insuficiência cardíaca. Assim, na manhã seguinte, George Whitefield encontrou-se com o seu Senhor, a quem amara e servira. Cerca de seis mil pessoas se reuniram para o funeral. Em seu epitáfio, estão os seguintes dizeres: “Alegro-me por esperar até o dia do julgamento para ter meu caráter purificado. E depois de minha morte não desejo outro epitáfio além deste: aqui jaz G.W., o tipo de homem que o Grande Dia revelará.”

Conheça o livro "Grandes pregadores falam sobre Santidade"

“Neste volume, selecionamos sermões dos grandes pregadores George Whitefield (1714–70), John Wesley (1703–91), Jonathan Edwards (1703–58) e Charles Spurgeon (1834–92) que abordam o tema da santidade de forma muito pertinente.

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