Na Bíblia, o perdão consistentemente significa “perder” ou “remover” uma barreira no relacionamento. Mas diferentes tipos de barreiras e relacionamentos podem estar à vista.

O perdão legal de Deus. Esta é a remoção definitiva de Deus de todas as barreiras legais para o Céu. Com a concessão desse perdão, Deus age como Juiz para declarar nossos pecados totalmente pagos. A partir deste momento, Cristo é o nosso Advogado. Junto a Seu Pai, Ele nos dá imunidade legal de qualquer acusação que possa nos separar do amor de Deus (veja Romanos 8:28-39). Precisamos lembrar, no entanto, que, embora esteja disponível universalmente, esse perdão não é aplicado universalmente. É dado apenas àqueles que personalizam a misericórdia de Deus. O perdão não é eficaz até que seja aceito.

O perdão da família de Deus. Esse perdão ocorre depois de termos sido legalmente perdoados e nascidos na família celestial. Nesse perdão, Deus age não como Juiz, mas como nosso Pai celestial.

Em uma de suas cartas à igreja em Corinto, Paulo deu instruções sobre como os crentes em Cristo deveriam abordar a Ceia do Senhor. Ele disse a seus leitores para refletirem sobre sua caminhada com Deus e advertiu que alguns cristãos estavam doentes ou até morreram por causa da sua  desobediência. “Se examinássemos a nós mesmos, não seríamos julgados dessa maneira” (1 Coríntios 11:31).

Esse tipo de perdão é semelhante ao que as famílias saudáveis experimentam. Se um filho pega o carro da família sem permissão e mente sobre isso, seus pais não estão fazendo um favor a ele agindo como se isso não tivesse acontecido. Antes que os privilégios de dirigir possam ser restaurados, o filho deve confessar seu erro e ser perdoado.

Seu status dentro da família não está em risco (perdão legal), mas a base para a confiança foi danificada e o perdão familiar é necessário. Este é o perdão na declaração de João aos membros da família de Deus: “Mas, se confessamos nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9) .

Perdão de pessoa para pessoa. Nosso perdão mútuo deve estar de acordo com a maneira como Deus nos perdoa. Com seu exemplo, aprendemos que, embora o nosso amor pelos outros precise ser incondicional, há espaço para o perdão condicional. Para podermos considerar uma ofensa como uma questão resolvida, a parte ofensora deve estar disposta a confessar o erro. O amor cristão pode tornar necessário reter o perdão até que aquele que fez o mal admita a responsabilidade por isso.

Reflexão

1) Visto que o perdão não é eficaz até que seja aceito, o que isso diz sobre a necessidade de um relacionamento pessoal com Jesus? Existem outras maneiras pelas quais as pessoas tentam se relacionar com Deus além de aceitarem o Seu perdão? Explique.

2) O que você pensa sobre comparar o relacionamento de um cristão com Deus a uma família saudável? Explique.

3) Como o fato de saber que somos chamados a perdoar os outros como Deus nos perdoou transforma a forma como você lida com a família, amigos e colegas de trabalho?