“Um rio e seus canais alegram a cidade de nosso Deus, o santo lugar do Altíssimo. Deus habita nessa cidade, e ela não será destruída; desde o amanhecer, Deus a protegerá.”
Na reflexão anterior, falamos sobre como o famoso hino de Martinho Lutero, Castelo Forte (CC 323), foi inspirado no Salmo 46. Você sabia que em 1527, quando a peste bubônica acometeu a cidade em que Lutero residia (Wittenberg, Alemanha), ele e sua esposa, Katharina, que na época estava grávida, escolheram ficar na cidade e ministrar aos doentes e aos que estavam já à beira da morte? Lutero tentou combinar o realismo (medicina, distanciamento social etc.) com a fé (amor ao próximo que está enfermo). Ele escreveu um panfleto com o tema “Se alguém pode fugir de uma praga mortal”. Eu soube que o hino de Lutero foi escrito apenas alguns anos depois dessa praga e talvez em resposta a ela. Oro para que Deus realize grandes coisas em resposta a essa nossa crise.
Os versículos de hoje (Salmo 46:4,5) continuam a nos encorajar. Eles falam de um rio. Eu sinto como se nunca fosse parar de chover nesta primavera aqui nos Estados Unidos. O meu estado, Arkansas, é abençoado com água, é claro. Contudo, Jerusalém é diferente. Em todo o Israel, a água é como um tesouro precioso, como o ouro. Aqui nós nunca nos preocupamos quanto a morrer de sede, mas ter água o suficiente é sempre algo importante no Oriente Médio. Ter água o suficiente é uma questão de vida ou morte. Então, quando lemos que na cidade de Deus existe um rio, um suprimento inesgotável de vida, isso é profundamente reconfortante. Em nossa vida hoje, em meio a toda essa confusão, Deus jamais cessará de nos proporcionar vida.
No Antigo Testamento em grego (Septuaginta), a tradução desses versículos torna isso ainda mais poderoso, creio eu.
“As correntes de um rio alegram/animam/encorajam a cidade de Deus. O Altíssimo santificou/consagrou seu tabernáculo. Deus está no meio dela [a cidade do Altíssimo e o Seu povo], não será abalada; Deus a ajudará desde antemanhã [ou sem demora].”
A vida de Deus que vem a nós como um rio não é insignificante, gotejante, mas é como um poderoso afluente. Em Apocalipse, o rio corre diretamente do trono de Deus, da Sua presença (Apocalipse 22:1,2; Ezequiel 47:1-12). O rio da vida em Apocalipse representa a presença de Deus, que concede vida. Deus nunca nos abandona; Ele está sempre conosco. Os versículos que embasam esta meditação (Salmo 46:4,5) dizem bastante sobre essa questão. Deus, o Altíssimo, faz o Seu lugar de habitação (Seu povo) santo. Ele está com o Seu povo. A cidade (o povo de Deus) não será abalada ou danificada, nem destruída porque “Deus a ajudará” com a Sua própria presença.
Pai, parece que tu estás tentando nos dizer algo. Nós sabemos quem tu és. Tudo indica essa direção. Não importa o que aconteça neste mundo corrompido, podemos sempre contar contigo, pois tu sempre estarás conosco. Tu nunca nos deixarás nem nos abandonarás. Tu estás sempre perto! E nós sempre poderemos beber do Teu rio, da Tua presença que traz vida e corre