Fazendo boas perguntas — Dia a dia com Calvino
Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? —JOÃO 9:1,2
Antes de tudo, embora todo homem esteja pronto a condenar outros com excepcional amargura, há poucos que aplicam o mesmo rigor a si mesmos como deveriam fazê-lo. Se o meu irmão encontra a adversidade, reconheço instantaneamente o julgamento de Deus; mas, se Ele me castiga com um golpe mais intenso, fecho os olhos para meus pecados. Porém ao considerar tais punições, todo homem deve começar consigo mesmo e poupar-se tão minimamente quanto o faria a qualquer outra pessoa. Portanto, se nesse sentido desejamos ser juízes honestos, aprendamos a ser rápidos em discernir os nossos próprios males em lugar dos males de outrem.
O segundo erro está no rigor excessivo; pois logo que qualquer homem é tocado pela mão de Deus, concluímos se tratar de ódio mortal e transformamos pequenas ofensas em crimes e quase perdemos a esperança de que para ele haja salvação. Por outro lado, ao atenuarmos nossos pecados, raramente pensamos apenas ter cometido pequenas ofensas quando cometemos crime muito grave.
Terceiro, com relação a isso, erramos ao pronunciarmos condenação a todos, sem exceção, àqueles que Deus visita com a cruz ou com tribulação. O que temos dito recentemente é indubitavelmente verdadeiro: todas as nossas agonias surgem do pecado, mas Deus aflige o Seu povo por várias razões. Algumas vezes Ele não olha para os nossos pecados, apenas testa nossa obediência, ou nos treina para a paciência — como foi com o santo Jó.
“…aprendamos a ser rápidos em discernir nossos próprios males em lugar dos males de outrem”.