Cinco práticas para perdoar o seu cônjuge
Perdoar significa cancelar uma dívida. Ser perdoado significa que a dívida foi totalmente paga. Perdoar não é o mesmo que esquecer. Perdoar é algo que escolho fazer, ao passo que esquecer é algo que não sou capaz de controlar. Perdoar significa abandonar de vez a raiva e a mágoa. Significa livrar-se da ofensa e libertar a outra pessoa.
Deus demonstrou Seu perdão no Calvário. Pela morte de Seu Filho, o Deus Pai carimbou as palavras “totalmente quitada” em todas as nossas notas promissórias. Cristo pagou a dívida de todo o meu egoísmo e orgulho. Pagou o preço para eu ter vida eterna. Agora posso pedir perdão a Deus por meus pecados, confiante de que Jesus pagou o preço.
Se cada pessoa casada recebesse esse dom gratuito do perdão e o compartilhasse gratuitamente com seu cônjuge, todos os casamentos seriam transformados. Se isso acontecesse, as famílias se tornariam unidades de refúgio e tranquilidade.
Preparamos 5 dicas retiradas do Devocional para casais para que você possa colocar em prática, confira!
Ouvimos falar com frequência de como administrar o perdão. Significa receber primeiro o perdão de Deus e depois estendê-lo aos outros. Nesse sentido, o perdão é uma dádiva divina a ser compartilhada. Cabe a mim manter o perdão de Deus em circulação. Ele tem um estoque imenso e o concede generosamente. Preciso ser bom administrador de Seu perdão e oferecê-lo da mesma forma que Ele o ofereceu a mim.
Se eu fizer isso, minha vida, inclusive meu casamento, será transformada.
Que providências você vai tomar para ser um verdadeiro mordomo do perdão de Deus — a seus amigos, colegas de trabalho, filhos e, acima de tudo, seu cônjuge?
Proclamar as boas-novas do perdão de Deus — é em torno disso que gira todo o meu testemunho cristão. Isso inclui perdão dentro de meu casamento. Há um grande testemunho do poder de Deus quando perdoo à Teresa assim como Ele me perdoou.
Não há nada em mim que deseje perdoar. Somente por meio da obra do Espírito Santo é que sou capaz de perdoar. O perdão é uma realidade divina que preciso receber em primeiro lugar de meu Criador. Só então o Espírito me induz a compartilhar esse perdão com os outros.
Lembro de quando Deus me deu uma lição de humildade ao me mostrar a verdade contida nas palavras de Isaías 53:4-6. Cristo tomou sobre si minha enfermidade do egoísmo e do orgulho e levou meu sofrimento à cruz. Jesus foi traspassado por minhas palavras ríspidas e atitudes arrogantes dirigidas à minha esposa. Ele foi moído por minhas “mentirinhas” e desonestidade sutil. O Salvador sofreu castigo por causa dos anos em que negligenciei minha esposa e não dei atenção aos meus filhos.
Isaías também tinha boas-novas para mim. Pelas pisaduras de Cristo fui curado e, em razão de Sua morte, posso ter paz. Naquele dia o Senhor incutiu em mim estas palavras: “David, antes mesmo de você nascer eu conhecia todos os pecados que você cometeria contra mim. Apesar disso, escolhi morrer por você. Escolhi perdoar-lhe antes de você pedir”.
Graças ao perdão de Cristo, Teresa e eu podemos proclamar que é possível viver em harmonia como casal. Somos gratos por ser capazes de proclamar a obra de Deus em nosso casamento, de ser capazes de demonstrar a quem nos rodeia que nunca dormimos sem perdoar ao outro ou com amargura no coração. Esse testemunho só é possível mediante a provisão divina de Seu perdão.
De que formas você pode proclamar abertamente que perdoou a seu cônjuge hoje?
Os evangelhos registram uma das descrições mais dramáticas da história. O episódio ocorre no clímax da história da humanidade quando o Salvador do mundo está pendurado em uma cruz com os braços abertos — uma imagem de amor inexprimível e horrenda agonia.
De cada lado do Senhor também está um ladrão pendurado em uma cruz. Não sabemos quanto aqueles homens roubaram. Um dos criminosos ouve as palavras extraordinárias e perdoadoras vindas do Salvador.
Como se não bastasse precisar de perdão por roubo, os homens que foram crucificados com Cristo naquele dia também precisavam de uma dose extra da misericórdia de Deus. Mateus relata que as multidões zombavam do Salvador ao vê-lo pendurado na cruz, tendo o céu de Jerusalém como pano de fundo. Mas Mateus também relata que os dois ladrões fizeram coro com as multidões, dizendo impropérios. É difícil imaginar dois homens sofrendo uma morte tão medonha insultando Jesus, mas eles também lhe dirigiram palavras ofensivas.
A certa altura de todo o caos da cena, um dos ladrões começa a olhar para o Salvador. Ouve os insultos do povo, mas nota que o Salvador não revida. Ouve as zombarias e vê ódio nos olhos da multidão, mas aquele homem não faz ameaça alguma. Ao contrário, o ladrão ouve o Salvador clamar por misericórdia — não misericórdia para si próprio, mas para aqueles que o amaldiçoavam.
Aquele ladrão condenado olha para o homem a seu lado e diz: “Lembra-te de mim…”. Ao observar os olhos ternos do Salvador, o ladrão não vê ódio, condenação nem julgamento. Vê apenas uma coisa: perdão.
Cristo perdoou aquele criminoso que momentos antes lhe lançara insultos. E Ele oferece o mesmo perdão a você e a mim hoje.
De que formas você e seu cônjuge podem celebrar hoje o perdão de Cristo?
David sempre diz que eu (Teresa) sou uma pessoa que perdoa facilmente. Sempre acreditei que isso fosse verdade, porém não percebia que não completava o processo do perdão.
No grego, a palavra que designa perdão significa “libertar”. Antes, quando perdoava, eu libertava a pessoa e a atitude, mas não libertava meu sofrimento. Perdoava, mas continuava a sentir mágoa. Eu não lidava com o sofrimento associado à mágoa. Perdão significa lidar com a pessoa, com a ação e com a emoção por trás da ação.
É difícil, mas descobri que preciso dividir meu sofrimento com o Senhor. Não basta “botar para fora” e perdoar a quem me ofendeu. O Senhor quer curar a mágoa que estou sofrendo, e isso exige que eu a divida com Ele. O Senhor quer que eu fale com Ele sobre minha rejeição, para me lembrar de que o povo dele não o recebeu, portanto Ele entende o tamanho de minha mágoa.
Tão logo levo minhas mágoas a Jesus e permito que Ele me console, é hora de levar meu sofrimento a David. Se David me magoou, preciso dizer-lhe isso com muito cuidado. Minha única responsabilidade é compartilhar minha mágoa de modo carinhoso com quem me magoou. Depois, é o agir do Espírito Santo que me conduz à confissão ou à mudança.
Se David não teve nada a ver com minha mágoa, preciso também dividi-la com ele. Ocorre uma cura singular quando divido minha mágoa e permito que David me console. São suas palavras carinhosas, incutidas nele pelo Deus da consolação, que me permitem perdoar de verdade.
Que atitudes você pode tomar para promover cura e restauração quando alguém o magoou?
O mês de janeiro recebeu esse nome por causa do deus romano Janus. Esse deus tinha duas faces, uma olhando para trás e outra olhando para frente. O início do ano é quando paramos para olhar para trás a fim de aprender com o ano anterior e olhar para frente a fim de encontrar meios de fazer as coisas melhor.
O desenvolvimento da intimidade conjugal também pode girar em torno de olhar para trás e olhar para frente. Infelizmente, muitos casais olham para trás a fim de desenterrar eventos dolorosos e punir um ao outro. O marido e a esposa que fazem isso olham para o futuro com amargura e sem esperança.
Encorajamos os casais a olhar para trás e aprender com o passado. Encorajamos os casais a olhar primeiro para os conflitos e lutas do passado e identificar os motivos que causaram sofrimento na vida do outro. Feito isso, cada um leva esses problemas a Cristo para pedir Seu perdão. Quando o coração deles se compadece da mágoa causada ao outro, ambos estão prontos para fazer confissões entre si e mudar a maneira de agir.
Em seguida, encorajamos os casais a olhar para trás e perdoar o passado. Por mais difícil que seja, os casais precisam perdoar um ao outro pelos erros cometidos, a fim de não transferir as mágoas e os ressentimentos para o dia a dia.
Mesmo que seu cônjuge não tenha confessado o erro que cometeu, mesmo que pareça ter pouco remorso pelo sofrimento infligido, leve suas mágoas ao Senhor. Peça a Deus que lhe mostre como Ele próprio sofreu esse mesmo tipo de mágoa, rejeição, abandono, tristeza, decepção ou dor. Enquanto permite que Deus derrame Sua compaixão, você poderá, com gratidão por Seu amor, perdoar seu cônjuge pelos erros cometidos.
Então, você estará pronto a olhar para frente!
Que pecados ou erros impedem que você e seu cônjuge olhem para frente, vislumbrando uma vida aprazível juntos?