Minha irmã mais nova tem uma queda pelo ator britânico Tom Hiddleston. Ela é capaz de me dizer qual linha de trem ele usa quando está na Inglaterra e quais cafés ele frequenta. Ela está agora em uma negação resoluta quanto à morte de seu personagem no filme Vingadores: Guerra Infinita.
Contudo, não importa o quão empolgada minha irmã fique ao descobrir algo novo sobre sua estrela de cinema favorita, visto que essa emoção é incomparável com a alegria de amar e ser amada por alguém real.
O namorado dela a surpreendeu em seu último aniversário com um presente e um lindo cartão que ele escreveu, ela simplesmente amou, assim como o outro presente de todos os seus amigos em comum. Sua consideração e a familiaridade com a qual ele de fato a compreendia comoveram minha irmã profundamente, de uma forma que jamais se saberia sobre alguém à distância.
Nem todos nós temos namorado ou namorada ou somos casados. Porém todos somos convidados a um relacionamento íntimo com o Deus que nos conhece e nos ama incomparavelmente. Ao escrever à igreja de Filipos, Paulo lhes diz que ele valoriza tanto esse relacionamento com Cristo, que está disposto a “perder” sua linhagem, sua educação eminente, sua carreira, sua posição de prestígio e sua reputação para buscar e desfrutar tal relacionamento (Filipenses 3:5,6).
Deve ter sido um relacionamento que levou Paulo a uma profunda satisfação. Ele não devia simplesmente saber de Jesus — apenas conhecer os fatos sobre alguém não incita um amor que anseia por ser parte do sofrimento de outra pessoa (v.10). Paulo deve ter experimentado algo transformador e completamente gratificante quando conheceu Jesus. Ao conhecer a Cristo, Paulo foi liberto dos fardos de tentar alcançar uma boa posição diante de Deus por meio de suas realizações e de sua linhagem, mas encontrou aceitação através da obra consumada de Cristo na cruz.
A palavra “conhecer” que Paulo usa quando diz “Quero conhecer a Cristo” (v.10) vem do grego ginosko. É a mesma palavra que a Bíblia utiliza para descrever a forma como um marido e uma esposa conhecem um ao outro na intimidade (Mateus 1:25).
É maravilhoso pensar que é possível ter esse tipo de relacionamento com Deus: cheio de prazer e satisfação de ser totalmente vulnerável e amado, um relacionamento moldado por uma intimidade tão profunda que os dois se tornam um.
Esse é o relacionamento para o qual Deus está nos chamando a fim de que possamos usufruir novamente da unidade com Ele. Tal relacionamento sara a angústia de se estar separado de Deus devido à Queda e nos proporciona o privilégio de sermos Seus amigos íntimos para participar do sofrimento de Cristo (v.10).
Ao ser atraído de volta à unidade com Cristo, nós nos tornamos “como ele na sua morte” — morrendo para a nossa natureza pecaminosa e rendendo-nos a Deus (v.10 NTLH) — e “ressuscitado da morte para a vida” — capaz de passar toda a eternidade na presença do Seu amor e da Sua graça (v.11 NTLH). É em conhecer e ser conhecido por Jesus que nos tornamos plenamente vivos.
Vamos conhecê-lo. Não da maneira como conhecemos uma estrela de cinema, alguém sobre quem colecionamos fatos e conhecemos apenas de longe. À medida que lermos as Escrituras, convidemos Cristo para abrir nossos olhos a uma nova revelação de quem Ele é e de como Ele nos vê. Oremos para que essa revelação seja tão profunda e íntima que desvie nosso olhar das coisas do mundo e da nossa confiança em nós mesmos e nos aproxime dele.
Nelle Lim
- No Salmo 139, o salmista fica maravilhado com quão intimamente Deus o conhece, visto que os pensamentos do Senhor “são mais numerosos que os grãos de areia” (v.18)! Peça a Deus para lhe revelar o que Ele pensa quando olha para você.
- Há algo que você às vezes ache mais cativante do que conhecer Jesus? Seja honesto com Deus e peça a Ele para lhe conceder graça para conhecê-lo mais.
- Você conta todas as coisas que conquistou como “insignificantes comparadas ao ganho inestimável de conhecer a Cristo Jesus”? Quais são algumas formas pelas quais você pode “ganhar a Cristo e nele ser encontrado”?
- Como a mentalidade de priorizar o nosso relacionamento com Cristo em nossa vida influencia a nossa vida profissional?