Mais que um devocional.

O ministério de Jesus durou três anos e foi repleto de ensinamentos e eventos incríveis. O que vem à mente de muitas pessoas antes de tudo, quando pensam em Jesus, são os Seus milagres e Suas parábolas. E, porque eles têm um papel tão amplo em Seu ministério, vamos focar nos mesmos em parte dessa lição.

Mas, já que as Suas amizades e conversas representaram uma parte tão ampla de Seu ministério, também vamos dar uma olhada nelas. As parábolas de Jesus cativaram as pessoas e Seus milagres demonstravam o Seu poder de cura das mesmas. Mas Ele foi mais do que um milagreiro e um professor. Ele foi um amigo. Ele ficou sentado num poço, conversando com uma mulher cheia de problemas. Ele perdoou Pedro, de forma amorosa, por tê-lo negado. Ele era uma pessoa real e se importava com as outras pessoas. Ele ministrou por meio de conversas e amizades de forma tão poderosa, quanto através dos milagres e de parábolas.

1 – Os milagres de Jesus

O registro de João dos milagres de Jesus

Milagres como sinais. Há aproximadamente trinta milagres registrados nos evangelhos. Mateus contém vinte milagres; Marcos registra dezoito; e Lucas anota vinte. João faz menção de apenas sete milagres, mas não porque ele não dê tanta ênfase neles quanto os outros três autores. Na verdade, trata-se bem do contrário. João disse que ele escreveu o seu evangelho a fim de que possamos crer que Jesus seja o Cristo, o Filho de Deus; e seu registro está estruturado em torno desses sete milagres.

Milagres e mensagens. Por João ter usado os milagres como evidências, ele usou os ensinamentos de Jesus para explicar os milagres que ele havia incluído. Por exemplo, depois de João ter registrado a alimentação milagrosa das cinco mil pessoas, registrou o discurso de Jesus sobre o pão da vida (João 6). Ele nos mostrou que Jesus satisfez a fome física do povo e depois lhes disse que somente Ele poderia satisfazer a sua fome muito mais profunda. Deus nos criou com anseios que somente Jesus, como Pão da Vida, pode aliviar.

O convite incrível de Jesus. João registrou duas declarações cruciais que Jesus fez sobre os Seus milagres. Os judeus estavam desafiando a Sua reivindicação de ser Deus, e Ele explica, “As obras que eu realizo em nome de meu Pai falam por mim, mas vocês não creem, porque não são minhas ovelhas” (Jo 10:24-26 NVI). Jesus diz que os Seus milagres dão suporte à Sua alegação de que Deus seja o Seu Pai.

Como ainda não tinham ficado convencidos, os judeus se prepararam para apedrejá-lo. Jesus respondeu: “Eu lhes mostrei muitas boas obras [milagres] da parte do Pai. Por qual delas vocês querem me apedrejar?” (Jo 10:32 NVI). Jesus repetiu a sua reivindicação de que poderia realizar milagres, porque era o Filho de Deus. Depois de mais algum debate, Jesus perguntou: “Então, por que vocês me acusam de blasfêmia porque eu disse: Sou Filho de Deus?” (v.36).

Depois, Ele ofereceu essa provocação incrível sobre a fé nos milagres: “Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis; mas, se faço, e não me credes, crede nas obras; para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu estou no Pai” (Jo 10:37-38 ARA).

Jesus lhes disse para não acreditarem nele só porque Ele reivindicava ser Deus, se Ele não fizesse coisas que somente o Seu Pai fazia. Mas, disse Ele: “se faço, e não me credes, crede nas obras; para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu estou no Pai.”

Assim, Jesus disse que a evidência mais inegável que Ele poderia providenciar para dar suporte à Sua alegação de divindade eram os Seus milagres.

2 – As parábolas de Jesus

O poder das parábolas

Jesus usou parábolas por um importante motivo. Não há bom samaritano real chamado Fred. Não houve um filho pródigo real chamado Billy. Jesus contou a parábola do Bom Samaritano como uma parábola, porque Ele quer que todos nós nos vejamos como um bom samaritano. Ele contou parábola do Filho Pródigo como parábola, porque Ele quer que todos os filhos pródigos se deem conta de que Deus não mede esforços para nos restaurar. Se Ele tivesse contado uma história real sobre Billy, o pródigo da cidade, Seus ouvintes estariam em condições de dizer: “Bem, sim, lembro-me bem do cara. Sujeito mau. Fico feliz de não ser como ele.” Não, Jesus construiu esses contos de tal forma que nós estejamos neles. É porque não há bom samaritano ou filho pródigo, que eles se tornam espelhos sobre você, enquanto bom samaritano, e você, o filho pródigo perdoado.

Quando Jesus contou as Suas parábolas?

Jesus começou a ensinar em parábolas no segundo ano de Seu ministério, quando os líderes religiosos inequivocamente o rejeitaram como seu rei. Depois daquele evento, registrado em Mateus 12, Jesus contou a Sua primeira parábola, o conto do semeador e das sementes, registradas em Mateus 13, Marcos 4 e Lucas 8. Trata-se de apenas uma de duas parábolas que todos os três evangelhos sinóticos registram. Depois de Jesus ter contado aquela parábola, “Então, se aproximaram os discípulos e lhe perguntaram: Por que lhes falas por parábolas?” (Mt 13:10). Se Ele tivesse usado parábolas anteriormente, essa seria uma pergunta estranha para os discípulos fazerem.

Por que Jesus contava parábolas

Ao que respondeu: Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido. Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso, lhes falo por parábolas; porque, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem (Mt 13:11-13 ARA).

O “ter” ou “não ter” na explicação de Jesus é uma referência ao conhecimento de Seus ensinamentos. Jesus usou parábolas para revelar a verdade àqueles que a desejavam e para ocultar a verdade daqueles que a rejeitavam e ridicularizavam. Seguindo o Seu próprio conselho do Sermão da Montanha, Jesus se recusou a jogar as Suas pérolas da verdade diante daqueles que pensassem sobre elas de forma tão irresponsável, quanto porcos pensariam sobre elas.

Todos aqueles que querem ouvir a verdade espiritual de Deus vão ouvi-la. Aqueles que não querem—só o que ouvem é uma boa história.

Compreendendo as parábolas

Pelo fato de as parábolas conterem profundas verdades tecidas em historinhas temos que saber como lê-las. Mas as parábolas requerem alguma habilidade para compreensão mais clara de sua verdade. Três sugestões vão nos ajudar a compreender melhor as parábolas de Jesus.

Primeiro, separamos o conto de sua mensagem. Temos que entender a trama da parábola, antes de podermos entender o seu princípio. Identificamos as pessoas na historinha e entendemos o que elas estão fazendo. Só depois é que podemos perguntar o que Jesus quer dizer com ela.

Jesus construiu cada conto de modo que os personagens e ações representassem algo na vida de Seus ouvintes. Enquanto a historinha não estiver clara, não poderemos entender como ela deveria espelhar a vida real. Jesus teve uma razão para contar cada uma de suas parábolas. Não se tratava de contação de historinhas para entretenimento ou para a hora de dormir – tratava-se de um ensinamento. Seria trágico lêr laria de forma superficial, extrair nosso próprio sentido e pôr completamente a perder, onde Jesus queria chegar.

Temos que pôr a parábola em seu contexto. Jesus contou cada parábola por uma razão e encontramos essa razão no contexto. Em muitos casos, os personagens da parábola espelham os personagens do contexto. Na parábola do Filho Pródigo, por exemplo, se não fazemos um paralelo entre os personagens da parábola e os personagens do contexto, a parábola perde a sua razão de ser. A histórinha é vitoriosa. Mas o seu propósito enquanto parábola perde sua razão de ser sem o seu contexto.

3 – As conversas e relacionamentos de Jesus

Apóstolos, discípulos e amigos

Os milagres e parábolas de Jesus são coisas que as pessoas relacionam ao ministério de Jesus. Mas Jesus também ministrou através de relacionamentos. Ele selecionou doze homens, a partir de um corpo maior de discípulos, para serem os Seus apóstolos. O termo discípulo tem um sentido amplo e se refere aos alunos ou seguidores de alguém. Todos aqueles que seguiram Jesus e ouviram os Seus ensinamentos às vezes eram referidos como discípulos.

Mas Lucas nos conta que Jesus reuniu os Seus “discípulos” e selecionou doze deles, a quem Ele chamou de “apóstolos.” Esses doze se tornaram o círculo interno de associados mais achegados, dentro da companhia mais ampla de discípulos; e Jesus passou a maior parte do Seu tempo com eles. Eles ministravam juntos. Comiam, viajavam, riam e falavam uns com os outros. Eles eram os seus companheiros e amigos mais próximos. Jesus teve a Sua última refeição de Páscoa com eles na noite anterior à Sua crucificação. Mesmo entre os doze, Ele tinha três – Pedro, Tiago e João – com os quais Ele tinha um relacionamento mais achegado.

Amigas insólitas

Maria e Marta tinham um lugar especial na afeição de Jesus. Ele não as chamava de discípulas, embora elas certamente fossem. Mas elas eram mais do que isso. Eram amigas achegadas, queridas. É interessante que duas das amigas mais íntimas de Jesus eram mulheres. Esse não era um relacionamento normal para um mestre religioso na cultura de Jesus.

Conversas

Jesus também ministrou através de conversas. João 3 registra a visita que Jesus fez a um líder religioso chamado Nicodemos.

João 4 conta a história de como Jesus foi ao poço, no calor do dia, e teve uma longa conversa com uma mulher que era samaritana e uma pecadora: três razões por que Jesus não deveria estar falando com ela. Ele violou normas sociais, porque Ele estava fazendo o que Ele veio para fazer. Ele poderia ter dito: “Veem essa mulher? Ela é a razão por que eu vim à Terra. Ela é a razão por que eu vim à Samaria. Eu venho para procurar e salvar pessoas como essa minha nova conhecida aqui.” Na medida em que você estuda a vida de Jesus, não ignore as maravilhosas conversas. Elas acrescentam uma dimensão pessoal e relacional a Jesus, que não queremos pôr a perder.

Conclusão

Jesus ensinou através de parábolas, a fim de que pudéssemos nos reconhecer em Seus ensinamentos profundos. Ele fez milagres, porque Ele se importa com a nossa condição e pode fazer alguma coisa por ela. Mas o professor brilhante e milagreiro poderoso também reservou tempo para amizades; e Ele estava seguro o suficiente para se engajar em conversações vulneráveis. Obviamente podemos ver razões para adorá-lo. Mas também é importante amá-lo e se relacionar com Ele como um amigo que se importa.

Reflexão:

  • Que período da história o Novo Testamento cobre?
  • O Novo Testamento é dividido em quatro seções principais: Evangelhos, Atos, Cartas e Apocalipse. O que a primeira seção cobre e por que é importante? 
  • O termo “Novo Testamento” refere-se a uma nova aliança. O que é essa nova aliança e como ela se relaciona com a nossa vida? Que grupo de pessoas está incluído nesta nova aliança?
  • Que promessas são feitas àqueles que aceitam essa nova aliança com Deus? 
  • Como participantes da nova aliança, como isso deveria mudar a maneira como interagimos uns com os outros?

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